Atualmente, Barra do Cunhaú briga com a Praia de Cumbuco, no Ceará, pelo título de oásis do esporte no país.


Na entrada da cidade, a imagem do que parece ser uma imensa lagoa pode enganar. O olhar mais atento, no entanto, logo enxerga de longe as pipas em um céu azul, sem nuvens. A pouco mais de 80km de Natal e com cerca de 3 mil habitantes, Barra do Cunhaú, no distrito de Canguaretema (RN), viu no kitesurfe uma forma de se apresentar ao Brasil. Paraíso escondido, a cidade tenta, aos poucos, se firmar como melhor local para a prática do esporte no litoral do país. Para isso, a partir desta quarta-feira, o projeto dá mais um passo com a etapa do Mundial de estilo livre, que volta a ser disputado em território brasileiro depois de dois anos.

A expectativa é de que 40 atletas de dez países participem da competição. Entre eles estará Silvio Villarim, um dos locais inscritos no Mundial. Nascido em Natal, Silvinho, como é conhecido, tem casa em Barra do Cunhaú e adotou a cidade como seu ponto preferido. Para ele, as praias de água calma e os ventos fortes e constantes fazem do lugar um dos melhores do mundo no esporte.

- Se não fosse o kitesurfe, a cidade era um nada. Eu moro em Natal, mas venho quase todo fim de semana e nas férias para minha casa aqui. Barra tem as condições perfeitas: as águas lisas, os ventos constantes. Além disso, o esporte ajuda a economia, gera empregos. E é uma divulgação da cidade para todo o Brasil.

A ligação do kitesurfe com Barra do Cunhaú começou em 2006, quando um empresário austríaco, depois de percorrer todo o litoral nordestino, encontrou na cidade o local perfeito para montar uma escolinha do esporte. A iniciativa atraiu crianças e turistas, que passaram a ocupar todos os hotéis do lugar em busca das melhores condições para o kitesurfe. Desde a adoção da modalidade como cartão-postal, Barra viu a média de ocupação hoteleira aumentar de 15% para 75% no ano.

- A cidade não tinha um atrativo. Era só a alta temporada e a baixa. Hoje, estamos nos tornando na principal cidade na prática do kitesurfe. O Ceará é uma potência, mas hoje estamos chegando a um nível superior. Aqui é uma das três únicas cidades do mundo em que se pode praticar todas as três categorias do kite. Temos uma boa estrutura. Só falta um olhar mais carinhoso do poder público para o esporte – afirmou Gaspar Silva, presidente da Associação de Kitesurfe e Surfe do Estado do Rio Grande do Norte (AKSRN).

Atualmente, Barra do Cunhaú briga com a Praia de Cumbuco, no Ceará, pelo título de oásis do esporte no país. Silvinho diz que, há pouco tempo, chegou a existir uma rivalidade entre os praticantes dos dois locais por conta disso, mas que a situação agora é outra.

- Agora, está todo mundo unido. Antigamente rolava uma rivalidade, mas passou. Queremos colocar a “gringalhada” para fora – brincou.

Em 2011, no entanto, dois gringos levaram o título de forma antecipada. O holandês Youri Zoon venceu a disputa no masculino, enquanto a espanhola Gisela Pulido foi campeã no feminino. Entre os destaques nacionais estão Reno Romeu (RJ), sétimo colocado do ranking mundial; Eudázio Silva (CE), campeão brasileiro em 2009 e líder da temporada 2011; Carlos Madson (CE), atual campeão brasileiro; e a paulista Bruna Kajiya, que briga pelo vice-campeonato mundial.

Fonte: Globo Esporte

Link:

http://globoesporte.globo.com/radicais/noticia/2011/09/sede-do-mundial-barra-do-cunhau-usa-kitesurfe-para-se-apresentar-ao-brasil.html

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